segunda-feira, 14 de maio de 2007

Certezas e Incertezas

Ela sorriu e perguntou:
-Você tem certeza disso?
E ele, com a cara mais carregada de certeza que uma noiva vestida de branco na hora do "sim", respondeu:
-Absoluta!
Ela sorriu outra vez.
Depois disso, a vida se encarregou de correr depressa... muito depressa.
Ele continuou estampando sua certeza absoluta nos olhos, refletindo a beleza dela, que não era dele.
Ela se acostumou a sorrir.
E continuou perguntando. Sempre perguntando.
E ele se acostumou a dar respostas. Sempre respondendo.
O tempo passou, e a vida que corria depressa correu pra longe... e fez muita coisa passar...
Depois de alguns meses, vez ou outra ele resolvia dar uma volta pela noite, procurando encontrá-la.
Algumas vezes ele a via em algum lugar, mas na maioria das vezes ele não a encontrava...
Então ele resolveu parar um pouco... tentar se concentrar na vida que escorria rapidamente...

Depois disso, toda vez que o telefone tocava, ele respirava bem fundo antes de atender. E a certeza continuava estampada em seus olhos. E qualquer um podia perceber.

Um comentário:

autor desconhecido disse...

Ele continuou, mas o tempo não... o tempo é assim, não pára nas mãos. Não pára nos lugares. A noite acaba, o dia acaba, e depois começa outro, e outra, e às vezes a gente não percebe.
Às vezes é a gente que não pára no tempo. Na verdade, acho q desde o apocalipse, nada pára.